Foto: Luiz Santos |
Texto: Hely Beltrão
O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins Filho (MDB), decretou intervenção municipal no Shopping Popular Cidade das Compras. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Município (DOM), desta sexta (6).
De acordo com o decreto, a intervenção fundamenta-se no descumprimento de cláusulas do contrato de concessão firmados entre a Prefeitura e a administradora. Ainda de acordo com o decreto, o prazo de intervenção é de 180 dias e foi nomeado como interventor o tenente coronel da reserva, ex comandante da 64ª CIPM, ex assessor especial do gabinete do secretário, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMMAM), Amom Pereira Gomes.
Estiveram presentes na intervenção, além do interventor nomeado pelo prefeito, representantes da SEPREV (Secretaria de Prevenção à Violência) SETTDEC (Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico) e SEAGRI (Secretaria de Agricultura).
Amom Pereira Gomes - Foto: Arquivo Pessoal |
Ao repórter Elias Lúcio, o tenente coronel Amom Pereira Gomes, deu maiores detalhes a respeito de sua atuação.
"A nossa comissão tem o intuito de averiguar o estado em que se encontra o empreendimento, o desconforto que foi causado, verificamos que eles não cumpriram com o que estava estabelecido no contrato, para que houvesse longevidade e prosperidade no Shopping Popular".
O secretário de Agricultura e vereador licenciado, Pedro Américo, disse que durante a intervenção, buscará dialogar com a administração do shopping para buscar uma solução definitiva.
Secretário Pedro Américo - Foto: Elias Lúcio |
"Hoje é o primeiro dia, é importante termos clareza, fazer as coisas com paciência e sabedoria, todos os problemas existentes no shopping do ponto de vista dos comerciantes entendemos, devemos entender também o lado dos administradores do shopping para traçar qual o melhor caminho para que possamos de fato ter uma gestão que seja compartilhada e que busque a solução para que esse local possa funcionar verdadeiramente".
Maior problema do Shopping
"Temos dois problemas principais que os comerciantes reclamam, o fluxo de clientes, temos muita campanha negativa, muito oba oba, às vezes até a política atrapalha, desqualificando o shopping e isso afasta os clientes, o Outro fator são os valores que deveriam ser pagos e que por conta da baixa venda não estão conseguindo arcar, acredito que vamos dialogar da melhor forma possível para tentar buscar uma solução definitiva".
Retenção de Mercadorias
"É um problema que os comerciantes também reclamam, sobre a forma como essa retenção é feita, algumas ações na justiça inclusive foram colocadas pelos comerciantes e representantes desses comerciantes, esse é um dos pontos que deverá ser avaliado".
Impacto no Centro de Abastecimento
"Sim, inclusive a minha presença aqui hoje é se dá em função é do que estamos projetando para o Centro de Abastecimento, estou aqui para dar um apoio ao secretário Wilson Falcão, a operação é de sua secretaria, a SETTDEC, a comando do prefeito e toda a infraestrutura da prefeitura, a minha presença é justamente para pensarmos uma solução para o Centro de Abastecimento, tem que ser uma solução casada, não tem jeito de dissociar uma coisa da outra, não podemos tratar como se fosse duas coisas separadas, venho aqui semanalmente despachar, dialogar, estamos fazendo uma série de intervenções de obras, algumas obras eram de obrigação do Shopping Popular, principalmente no acesso do Centro de Abastecimento para o Shopping Popular e eles não executaram, notificamos, cobramos algumas rampas de acesso, às melhorias que dependem da prefeitura foram iniciadas, o prefeito me autorizou, mas naturalmente, precisamos também que o shopping faça a sua contrapartida, mas alegaram que não têm rendimento suficiente para fazer as intervenções necessárias para melhorar o estabelecimento, esse é o processo, acredito que o secretário Wilson Falcão e o prefeito acertaram".
Segundo o secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Wilson Falcão, a situação do empreendimento é preocupante e na chegada dos prepostos da prefeitura, funcionários da administração se recusaram a fornecer as senhas dos sistemas.
Secretário Wilson Falcão - Foto: Elias Lúcio |
"Em determinação ao que foi publicado no decreto, continuamos o processo, as pessoas vêm recebendo ameaças, permissionários com boxes lacrados, descumprindo determinação do município que exigia que fossem emitido boletos individuais de aluguel, luz e internet, emitiram tudo junto, inviabilizando o pagamento, ameaçando lojista, os próprios clientes que vem aqui, com a falta de segurança a prefeitura determinou imediatamente que a Guarda Municipal assumisse a segurança, provas claras nas prestações de conta da Parceria Público Privada que nós recebemos de um auditor independente, informações aterrorizantes, que exigiram essa determinação emergencial do prefeito em fazer a intervenção, declarando que isto não era interesse no município em nenhuma hipótese, mas em defesa dos comerciantes, dos ambulantes e da população em geral, que se encontra desassistida do mínimo de segurança possível para estar aqui presente. Sentimos um clima de muita emoção dos ambulantes, que estavam se sentindo ameaçados pela administração, que os tratava de forma aterrorizante, apreendendo mercadorias, lacrando boxes, sem nenhum direito de conversação, pedindo que eles dividissem os boletos individualmente, como determina a notificação do prefeito ao shopping e eles são insensíveis a qualquer tipo de diálogo. Inicialmente, não queriam sair dos escritórios, mas já estão aceitando sair, mas se recusam dar as senhas de acesso para conhecermos exatamente o que vem ocorrendo individualmente com cada box ou permissionário, com a população de Feira de Santana que merece o mínimo de respeito nesse momento de tanta emoção", disse.
Sr. Roque, que é comerciante e permissionário, disse ter vibrado com a intervenção da Prefeitura, e que nesses 180 dias de intervenção, finalmente terão paz.
"Como se vê, há uma grande quantidade de lojas fechadas e o baixo movimento, é um sacrifício, uma luta com os boletos chegando sem ter condições de pagar, ainda houve aumento dos valores. Sim, estou vibrando com isso e estou confiante que teremos melhora, porque teremos paz nesses quatro meses. Nesses três anos, pessoas faleceram, adquiriram hiper ansiedade, passaram a tomar medicação, muitas coisas aconteceram aqui justamente por conta desses abusos", disse.
Postar um comentário