Transporte público em Feira terá fiscalização intensificada com videomonitoramento

 

Foto: Elias Lúcio

Reportagem: Elias Lúcio

Texto: Hely Beltrão

Você acredita em segunda chance? Que pessoas envolvidas no mundo do crime tem chance de ressocialização, mudar de vida  se tornar uma pessoa de bem e contribuir de forma positiva para a sociedade? Trouxemos um caso que mostra que sim, isso é possível, basta querer.

Na segunda (17) em Feira de Santana, tivemos a inauguração da escola de tempo integral do Aviário, e no meio de tantas autoridades, como o governador do Estado, secretários e ministros, foi a história de Evandro Filho, o porteiro da instituição, que mais nos chamou atenção. 

Evandro contou ao Blog Tô Por Cá, que começou sua vida no crime aos 13 anos e permaneceu até os 21, e fez de tudo, desde tráfico, assaltos e sequestros. Evandro se converteu há 17 anos, hoje tem 39 e atualmente realiza trabalhos sociais.

"Uma caminhada de tráfico de drogas, assaltos, fiquei conhecido em muitos lugares como “cara de osso do Aviário”, envolvido em muitas perseguições, coisas desse tipo que quem vive no mundo do crime sofre e me falaram de Jesus, do amor de Deus e a minha vida foi mudada, sofri demais no mundo do crime das drogas. Comecei no mundo do crime aos 13 anos, quando os “camaradas” armaram um assalto e me botaram na linha de frente e daí em diante a minha vida foi só crime. Hoje tenho 39 anos. Permaneci no mundo do crime dos 13 aos 21 anos de idade", disse.

Evandro conta que um de suas motivações, além da conversão ao cristianismo para sair da vida do crime, foi uma emboscada que seus parceiros de crime armaram para ele.

"O que me marcou, foi quando os “camaradas” amarraram meus pés e mãos e me levaram para a ponte do Rio Jacuípe, isso me marcou de tal forma a ponto de não conseguir mais esquecer, os meus próprios comparsas armaram para mim, me disseram que eu ia levar uma droga, acabei levando e não sabia que o laço estava armado. Esse foi o último livramento que Deus me deu e aí abri os olhos, vi que o Deus de Abraão tinha coisa forte comigo".

O porteiro conta que, quando decidiu sair, muitos não acreditaram.

"Me converti há 17 anos atrás, para a glória de Deus estamos firmes e fortes resgatando muitas vidas. Quando decidi sair do mundo do crime, 90% deram risada e disseram que não suportaria, e me esperavam de volta, 10% me diziam, vai na fé que Deus é contigo, muito não acreditaram. Fui preso várias vezes, mas Deus nunca permitiu ir para o presídio, o papel foi assinado, tudo certinho, mas no dia de ir, Deus me disse que tinha um propósito na minha vida", contou.

Evandro realiza um trabalho social de evangelização nos presídios e nas instituições de ressocialização para menores.

"No lugar da vergonha Deus deu dupla honra, hoje sou porteiro da escola de tempo integral, a maior do Nordeste, fui convidado para ser porteiro porque o nosso testemunho e a nossa alegria envolve as crianças. Temos uma igreja, trabalhamos resgatando vidas, temos acesso a todos os centros de recuperação, também entramos para fazer a obra de Deus no presídio, no Zilda e Melo Matos, a meninada está abrindo os olhos e entendendo que Jesus é o caminho a verdade e a vida".

Evandro finaliza deixando uma mensagem bíblica: "Há caminhos que para o homem parece direito, mas o final dá em cabo de morte, buscai o Senhor enquanto se pode achar e invocai o seu nome quando ele está perto", concluiu.