Brasileiros viram réus por suspeita de ligação com Hezbollah




Mohamad Abdulmajid e Lucas Passos Lima, segundo investigações, faziam tarefas de reconhecimento para possíveis ataques terroristas no país

Tribunal Regional Federal da 6ª Região aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra os brasileiros Mohamad Khir Abdulmajid e Lucas Passos Lima por ligação com o grupo terrorista libanês Hezbollah.

No despacho, a juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima cita ainda um mandado de prisão aberto contra Abdulmajid desde 8 de novembro. Ele viajou em outubro de 2023 para Beirute, no Líbano, “sem notícias de seu retorno ao Brasil”.

Abdulmajid é sírio naturalizado brasileiro e está foragido. Lucas Passos Lima, segundo as investigações, foi recrutado por Abdulmajid. Ambos faziam tarefas de reconhecimento para possíveis ataques terroristas no Brasil.

Por meio da quebra de sigilo telemático e de celulares apreendidos, a Polícia Federal descobriu que Lucas fez vídeos e fotos de sinagogas em Goiás e no Distrito Federal e da Embaixada de Israel no Brasil.

“Além de pesquisar o endereço da sinagoga Keter Torah, foi localizado um vídeo no qual um veículo trafega à noite pela rua onde fica o templo religioso. Quando se aproxima do local, um dos ocupantes do veículo diz: ‘bingo’. O motorista diz ‘vou dar a volta aqui e você filma”, diz trecho do documento da investigação da PF.

Lucas Passos Lima também adquiriu dispositivos de espionagem e vigilância, além de praticar tiro com arma de fogo.

Dados colhidos de Abdulmajid reforçaram indícios de que ele fazia o recrutamento de brasileiros para o Hezbollah.

“A gente vai fazer o que você quiser, assaltar banco, explodir carro forte né, o que você quiser fazer”, diz trecho de áudio citado em decisão judicial.

A juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima também acatou o pedido da PF para a instauração de um novo inquérito contra outros suspeitos.

“Não se pode olvidar que, além de Lucas, outros brasileiros também foram identificados como alvos dos recrutamentos”, afirmou.

Como Abdulmajid está fora do país, o nome dele foi incluído na lista vermelha da Interpol.As investigações fazem parte da Operação Trapiche, que, segundo Israel, teve a colaboração do Mossad.

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