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Foto: Elias Lúcio |
Reportagem: Elias Lúcio e Hely Beltrão
Acontece nesta quarta-feira (8), no Museu Parque do Saber Dival da Silva Pitombo, um encontro voltado à busca de soluções para questões de mobilidade humana e acessibilidade nos transportes públicos de Feira de Santana. O evento, aberto ao público, foi promovido pela Prefeitura de Feira, através da Secretaria de Mobilidade Urbana às 9h, estendendo-se até às 17h. O encontro contará com a participação de autoridades e representantes de órgãos pertinentes, os quais conduzirão palestras, debates e outras atividades.
Em entrevista ao Tô Por Cá, o secretário de Mobilidade Urbana (SEMOB), Sérgio Carneiro, deu maiores detalhes a respeitos das inovações a serem discutidas no evento.
"A ideia de reunir nesse seminário poucas pessoas, mas trazer à imprensa, a SEMOB e SMT e fazer uma apresentação sobre os aplicativos que nós já temos, no governo Colbert Martins (MDB), temos três aplicativos de mobilidade, o Mobizapp, que é um aplicativo de carros, mas que os taxistas podem se associar, se você usuário não der com a mão para o táxi parar ou pegá-lo num ponto onde você vai pagar a bandeirada, você pode chamar o taxista pelo aplicativo e você vai pagar o preço de um carro de aplicativo, com a vantagem de que o taxista é cadastrado e vistoriado na SEMOB, sei quem é o motorista, o carro, a placa, ano e a cor, os outros aplicativos são para os ônibus, o Kim+ e o Cittamobi, esses aplicativos oferecem a possibilidade de fazer a compra e a recarga do crédito do seu cartão, seja eletrônico ou físico, o Cittamobi oferece o botão de pânico para mulher, oferece a possibilidade do usuário interagir com o sistema e o sistema interagir com ele, dizendo por exemplo que o ônibus vai atrasar, porque houve um atropelamento, um engarrafamento, manifestação, como o usuário pode mostrar para o sistema que houve um distrato do motorista, não cumpriu o itinerário, tem um banco quebrado, o elevador não funciona, enfim, esses aplicativos permitem essa interação entre o usuário e o sistema, o Cittamob oferece o itinerário em tempo real, ou seja, a pessoa sabe que o ônibus está virando a esquina de onde vai pegar o ônibus, assim, vai passar menos tempo no abrigo, isso tem um efeito colateral positivo com a menor exposição da pessoa no abrigo, gerando uma maior segurança".
Bruno Reis, Relações Públicas Cittamobi
"Estamos em Feira de Santana pela segunda vez em menos de 30 dias, na vez anterior, lançamos o Cittamobi. Neste mês, do maio amarelo, para evitar acidentes e uma série de problemas no trânsito, trouxemos mais uma solução digital, um aplicativo para deficientes visuais, o Cittamobi Acessibilidade, criado por Luiz Porto, que já está disponível tanto na versão Acessibilidade quanto para toda a população de Feira de Santana e mais de 300 cidades do país".
Luiz Porto, deficiente visual, criador de aplicativo de mobilidade, conta como teve a ideia da construção do aplicativo
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Luiz Porto, deficiente visual, criador de aplicativo de mobilidade - Foto: Elias Lúcio |
"Em um domingo quando estava com a minha esposa em um ponto de ônibus na cidade de São Caetano do Sul/SP, ficamos sozinhos no ponto de ônibus na avenida principal por mais de 40 minutos esperando o ônibus, fazendo sinal, para todos que passavam, quando era ônibus, parava e perguntava: “vai para São Paulo?”, não, obrigado, até a hora que parou um ônibus que ia para São Paulo, daí subi com a minha esposa, antes desse ônibus, ficamos lá mais de 40 minutos, na hora que subi, nesse dia no final do ano de 2013, veio na minha cabeça: “puxa, se tivesse GPS no ônibus, não precisaria passar por isso, virei, contei isso para a minha esposa, que concordou. Fiquei com isso na cabeça, fomos para São Paulo, almocei na casa dos meus pais, no dia seguinte, liguei para a Prefeitura de São Caetano do Sul e perguntei se os ônibus da cidade tinham GPS, eles não souberam me informar, mas marcaram para mim uma reunião com o dono da empresa de ônibus do município, onde fui, depois de duas semanas, mostrei o que gostaria que existisse, o que poderia ter no aplicativo, você está vendo um ponto de ônibus, com todos os serviços que vão passar lá e o horário que vão passar".
Luiz se refere a deficiência visual como uma "dificuldade gostosa", para a produção do aplicativo
"É uma dificuldade gostosa, porque quando se tem um problema e através do seu trabalho consegue solucionar aquele problema, independente se é na informática ou em qualquer lugar, é uma maravilha, então esse aplicativo para mim é muito gostoso, porque uso ele para melhorar as coisas que percebo não estar tão boas na minha locomoção, por exemplo, estou em um shopping, dei uma volta e agora quero sair e voltar para rua que entrei, porque entrei por aquela rua por ser o caminho que eu sei, entrei pela rua X, agora para que lado fica aquela saída que eu quero? Pego o celular, abro o CittaMobi Acessibilidade, clico na bússola e vai para o modo Rua, aponto o celular para uma direção, ele vai me dizendo as suas que estão naquela direção".
Raimundo de Souza, (Dinho do Alternativo) presidente da Associação de Condutores de Veículos Alternativos do Transporte de Feira de Santana, diz ter interesse em implantar a bilhetagem eletrônica no transporte alternativo.
"A minha intenção é tentar que o alternativo também possa usufruir da bilhetagem eletrônica, para que possamos servir ao povo das nossas comunidades, como o distrito de Humildes, Candeia Grossa, entre outros, que as pessoas têm o cartão, mas perdem o ônibus e só poder embarcar em nossas vans utilizando dinheiro do próprio bolso. A tecnologia é sempre bem-vinda para o nosso sistema, porque essa defasagem do transporte alternativo tem feito com que os nossos permissionários desistam das linhas devido ao baixo faturamento, o valor da passagem cobrado atualmente, que para alguns é cara, se o transporte alternativo pudesse usufruir da tecnologia, receberíamos subsídio da Prefeitura e poderíamos manter os nossos veículos, algo que tem sido muito difícil".
Abel Soares diretor da Empresa São João
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